domingo, 1 de maio de 2011

Sobre 4 horas de devaneios diários.

Dependo de ônibus, e vivo longe de tudo. Um pulinho ali na esquina me custa meia hora de sacudidas dentro de uma caixa amarela cheia de gente fedida. Não vou entrar no mérito do preço da passagem, essa fica pra outra hora. Meu sonho mesmo é andar de bicicleta.
Estudo e trabalho no outro lado da cidade (pra ser mais precisa... no mesmo lugar). Quatro horas do meu dia que se vão mais rápido que água pelo ralo. Quatro horas inúteis... ou nem tanto. No começo era um saco, mas é preciso ver um lado positivo em tudo na vida (Não, isso não tem nada a ver com Polyana, nunca quis ler esse livro).
Viciada em música que sou, e com a vida corrida que ando tendo, fiz dessas quatro horas minhas melhores amigas, é ali que consigo me deliciar com os mais diversos versos e melodias. Quando menos percebo a cabeça já voou com algum verso de música e eu começo a sonhar, projetar e pensar na vida, o que acaba se tornando uma válvula de escape nos dias de hoje. Ando na onda de ouvir podcasts, e como duram em torno de uma hora, me sustentam por uma viagem. A descoberta de que meu celular tem a tela grande o suficiente pra reproduzir séries me fez dar pulinhos de alegria, afinal, descobri um modo de estar sempre em dia com as preferidas (que diga-se de passagem são infinitas).
Aí eu já começo a achar o tempo de ônibus curto demais, daqui a pouco vou estar pegando um ônibus final de semana só pra ficar sozinha pensando na vida.
Só sinto falta de uma única coisa que não consigo, e choro muito por isso. Não consigo ler! Pra minha profunda tristeza (e acumulo de livros comprados na estante do quarto que sequer foram abertos) as linhas que pego passam por todos os relevos possíveis, e quem aqui amigo, consegue ler sacudindo o livro na frente da cara? Choro no cantinho toda vez que vejo a fila de livros que tenho pra ler (e ela aumenta cada vez mais).
Agora você conhecido que já me encontrou no ônibus e levou uma bela de uma ignorada, talvez agora me entenda. Eu odeio encontrar pessoas, não gosto que atrapalhem o meu momento. Amigos, sintam-se bem-vindos a filosofar e pensar na vida comigo.

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